6/12/2012 11:35
Prioridade é incrementar os investimentos em 8% no próximo ano, viabilizando expansão de 4% do PIB
O governo ampliou em R$ 100 bilhões a linha de crédito para estímulo ao investimento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) e baixou, de 5,5% para 5% ao ano, a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), usada pela instituição como referência em todos os demais empréstimos. Trata-se da segunda rodada de medidas anunciadas no esforço de criar uma agenda positiva, depois da divulgação do fraco desempenho da economia no terceiro trimestre.
Com o dinheiro, que virá do orçamento do Bndes, o governo espera elevar em 8% os investimentos, após cinco trimestres consecutivos de queda apurada pelo IBGE. Essa expansão ajudaria o País a crescer 4% no ano que vem, segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Os recursos serão liberados por meio do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), criado em 2009 em função da crise internacional. Agora, o governo tenta repetir a fórmula. Depois de bater em 7,5% em 2010, o crescimento do PIB caiu a 2,7% no ano passado, e neste ano pode ficar abaixo de 1%. Na terça-feira, Mantega anunciou corte de R$ 3,4 bilhões em impostos e uma linha de R$ 2 bilhões da Caixa Econômica Federal para a construção civil.
Na avaliação da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), a ampliação do PSI é positiva, mas insuficiente. Fatores como o câmbio valorizado, que encarece os produtos brasileiros lá fora, a alta carga tributária e a burocracia do País minam a competitividade das empresas. Na prática, os empréstimos do PSI vão oferecer juros “negativos”, com taxas abaixo da inflação. No primeiro semestre, o financiamento custará até 3% ao ano, subindo para 3,5% a partir de julho. Esse índice vale para a compra de bens de capital e de máquinas rurais, além de suas peças e componentes. Para empreendimentos de energia elétrica e prevenção de desastres naturais, a taxa será de 5,5%.