18/08/2014 8:36
O número de desligamentos de trabalhadores do comércio varejista do Rio Grande do Sul foi maior do que o de admissões no decorrer do primeiro semestre de 2014. Neste período, o saldo foi negativo em 1,9 mil profissionais no setor. Somente em janeiro, ocorreram 5 mil demissões, por conta do encerramento de contratos temporários vinculados ao período de vendas para o Natal de 2013. Segundo o economista da Fecomércio-RS, Lucas Schifino, destituições ocorridas nos meses de janeiro e fevereiro já eram esperadas, por conta das vagas abertas no final do ano anterior. No entanto, a sazonalidade natural do período não foi o único fator que contribuiu para o resultado do semestre. A geração de emprego neste segmento tem desacelerado visivelmente, nos últimos quatro anos, acompanhando o fraco crescimento de vendas. “À medida que o empresário vê as vendas estagnarem, ele começa a deixar de contratar”, simplifica o presidente da Associação Gaúcha do Varejo (AGV), Vilson Noer, lembrando que o ciclo de crescimento de quatro anos atrás vem se “esvaziando” desde 2012.
Dados da Fecomércio-RS mostram que, nos primeiros seis meses de 2010, o comércio varejista criou 8 mil empregos a mais, caindo, no ano seguinte, para 4,9 mil novas vagas ocupadas de janeiro a julho de 2011. Já no primeiro semestre de 2012, o setor registrou saldo positivo de 1,2 mil empregos, e, em 2013, os seis meses iniciais foram responsáveis por 744 novos empregados na conta que equilibra o número de contratações com o de demissões. No acumulado do ano, o segmento ainda não entrou no vermelho, com saldo de 17 mil empregos criados desde julho de 2013. “Estes quase 2 mil profissionais a menos de janeiro a julho são o resultado de um ritmo mais lento de contratações”, define Schifino, pontuando que junto com a taxa de desemprego, que se mantém em baixa, também a disponibilidade de mão de obra diminuiu. “Está mais difícil contratar, com menos gente qualificada para salário compatíveis com as vendas, que têm tido um crescimento moderado.”