18/10/2012 12:49
Em 2013, o Brasil se deparará com uma boa e uma má notícia. A positiva é que os enfrentamentos serão semelhantes aos de 2012 e o País conseguirá manter uma posição especial diante da grave situação financeira de economias consideradas maduras. A negativa é que, por causa disso, a nação tende a deixar passar algumas oportunidades de mexer em temas cruciais para o aumento da competitividade. Essa é a projeção do economista e presidente do Instituto Atlântico, Paulo Rabello de Castro, que ontem esteve em Porto Alegre para participar do Tá na Mesa, da Federasul.
No evento, Castro abordou a agenda brasileira para enfrentar o cenário de 2013. Segundo ele, o Produto Interno Bruto (PIB) do próximo ano deve permanecer em um patamar baixo, ficando em 3%. Neste ano, ele projeta PIB de 1,5%. O economista define que o Brasil precisa criar bom senso e mexer em sua estrutura tributária com urgência. “O tamanho da nossa carga é o que nos impede de sermos competitivos. Hoje, nós não sabemos o mal que a atual estrutura tributária do Brasil está fazendo aos brasileiros”, diz.
Segundo ele, a esperada reforma tributária não sai do papel porque sequer entra na pauta do Congresso. Castro alega que cabe ao governo federal se posicionar sobre o assunto, tomar a iniciativa e fazer uma proposta. “Ao final do segundo ano de mandato da presidente Dilma, ainda não sabemos o que ela pensa sobre um ICMS nacional compartilhado. É dever do governante dizer qual sistema tributário ele pretende implantar, se é que ele acha que o sistema atual é um lixo. E o nosso é um lixo”, critica. “Tenho certeza de que, se a presidente apresentasse uma proposta colada nos interesses empresariais e da população e expusesse isso em cinco minutos na televisão, ela teria a aprovação necessária. Aí, não teria um congressista com coragem de votar contra.”