26/10/2012 11:00
É em meio às lavouras, como se fosse uma erva daninha, que surgem os mitos sobre o uso da tecnologia. Interpretados como verdade, podem barrar investimentos e congelar a produtividade. E dificultam a prática de um conceito que parece simples: é preciso gerenciar as propriedades levando em consideração o fato de não serem iguais.
— As lavouras não são uniformes e precisamos conhecer essas diferenças para gerenciar o manejo, como saber quanto de insumo colocar em uma área ou outra — observa o professor do departamento de engenharia de biossistemas da Universidade de São Paulo (USP) José Molin.
Por meio da análise do solo, a prática diminui o desperdício de insumos e tem objetivo de aumentar a produtividade de maneira sustentável, garante o pesquisador. Visão compartilhada pelo chefe da divisão técnica do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-RS), João Augusto Telles. Ele afirma que a agricultura de precisão vive hoje o que o plantio direto experimentou na década de 1970, antes de ser aceito quase unanimemente entre produtores.
Trabalhando com agricultura de precisão desde 2006, o produtor Paulo Lieshout, 47 anos, vê na prática o futuro do setor. Com 570 hectares em Santo Antônio do Planalto, no norte do Estado, pretende aumentar em, no mínimo, 13% a produtividade da soja nesta safra.
– Sofremos muito com o clima no último ciclo e, mesmo assim, conseguimos colher 53 sacas por hectare, com custo controlado e sem desperdício de insumo, com ajuda da agricultura de precisão.