14/01/2013 8:48
Em meio à expectativa de agentes econômicos de que o Brasil poderá enfrentar neste ano mais um choque de oferta de energia, que poderia elevar um pouco a inflação e reduzir o crescimento em 2013, o Banco Central deverá manter os juros estáveis em 7,25% até o fim de 2013, ponderam especialistas. Como a situação da inflação não é confortável no horizonte de dois anos, pois o próprio BC estima que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficará acima do centro da meta, em 4,8% neste ano e 4,9% em 2014, é mais provável que o governo da presidente Dilma Rousseff abra mão de usar a Selic para estimular o nível de atividade.
Caso seja necessário incentivar a demanda agregada, isso deverá ficar a cargo de mais medidas fiscais, como desonerações tributárias, inclusive a dos alimentos dentro da cesta básica. Segundo especialistas, isso ocorreria a partir do segundo trimestre, quando o governo poderia ter uma avaliação mais clara sobre dois fatos importantes: se as chuvas supriram os reservatórios de hidrelétricas até março de forma satisfatória e se a recuperação do PIB nos três primeiros meses do ano deixou para trás o ritmo muito fraco do nível de atividade de 2012.
Para a maioria dos especialistas, o câmbio tende a ser uma variável que dificilmente será usada pelo governo para fortalecer a indústria como foi feito no ano passado, dado que uma nova onda de depreciação elevaria ainda mais os preços, o que acionaria uma luz amarela para o Comitê de Política Monetária (Copom). A elevação dos juros é tudo o que o governo não quer neste momento, especialmente porque deseja finalmente alavancar os investimentos neste ano.